sexta-feira, 20 de junho de 2014

Vira o disco e toca o mesmo

Confesso que tenho algumas saudades da Zoey. Quer dizer, não é propriamente dela, porque vejo-a imensas vezes e continuamos a ser amigos. É mais de mim e dela. De nós, enquanto casal.
Isto é uma coisa que me vai acontecendo de tempos a tempos. Na primeira vez que acabámos, foi horrível para mim, especialmente por saber que ela me traiu. Tenho noção que éramos miúdos na altura e que ela provavelmente é muito mais madura agora, mas não fui capaz de lidar bem com isso. Comecei a tentar a todo o custo fazê-la sentir o que eu senti e foi aí que me envolvi com a Ritinha.

Está aqui uma foto dela, by the way. Nunca mais a vi, para ser sincero. Na altura passávamos imenso tempo juntos, porque a verdade é que eu sabia bem que isso afectava a Zoey. E a Ritinha era bem gira, atenção. Lembro-me que tinha muitos tipos atrás dela, mas já sabia há algum tempo que ela gostava de mim e confesso que fui um bocado idiota ao aproveitar-me disso para magoar a Zoey.
No fim de contas, acabei por magoar as duas. Juro que não tencionava ter nada com a Rita, a ideia era mesmo só chatear a Zoey e mostrar-lhe que ela tinha feito um grande erro ao trair-me, mas a verdade é que a Ritinha também não ajudava muito. Ela sabia bem que eu gostava da Zoey, mas insistia em tentar ter alguma coisa comigo e provocava-me de todas as maneiras possíveis.
O facto de eu ser um miúdo na altura também não marcou muitos pontos a meu favor, porque as minhas hormonas estavam em ebulição e até ali eu só tinha estado com a Zoey. Por isso acabei por ir para a cama com a Rita ao fim de inúmeras tentativas da parte dela, sendo que cada uma era mais explícita que a outra. Mesmo assim acabámos por nem chegar ao fim e eu desisti a meio porque achei que aquilo não estava certo, dado que estava sempre a pensar na Zoey.
Depois disso nunca mais vi a Rita, mas espero que ela esteja bem.
A seguir voltei a namorar com a Zoey durante mais algum tempo, porque acabei por não conseguir estar longe dela e achei que, com o esforço que ela fez para me ter de volta, merecia uma segunda hipótese. As coisas correram bem a partir daí, mas depois veio o momento em que decidi pedir transferência para a EMVL e ela ficou na EMPT. Embora a EMPT seja em Lisboa e a EMVL em Vila Laguna, a distância também não é muita, e além disso eu e a Zoey somos praticamente vizinhos, basta-me subir a minha rua para chegar a casa dela.
O problema é que, sem eu perceber bem quando nem porquê, começámos a afastar-nos. Passávamos alguns dias sem nos vermos, sem sequer fazermos um esforço para isso, e a nossa relação passou a consistir em falar ao telefone, ir ao cinema de vez em quando ou comer no McDonald's. Nunca mais se passou nada, e mesmo em termos sexuais a coisa esfriou muito, até porque eu tinha sido transformado há pouco tempo e estava em período de quarentena. Acabámos por decidir em conjunto que era melhor acabarmos, dado que o sentimento que tínhamos tido um pelo outro estava agora transformado apenas em amizade. E isto pareceu-nos a coisa mais certa do Mundo.
Acontece que o tempo foi passando, eu andava na maior, a curtir aqui e ali, fiz montes de coisas novas e divertidas, e pouco ou nada ouvia falar da Zoey. Não sei por onde é que ela andou ou o que andou a fazer, mas raramente a via ou tinha notícias dela. E isso foi bom, porque longe da vista, longe do coração.
Mas depois voltámos a conversar, já nem me lembro bem porquê, e voltou tudo a passar-me pela cabeça. Não senti a mesma paixão arrebatadora de antes, mas apareceu de novo um carinho especial por ela. Qualquer coisa, não sei bem. E decidi que talvez não estivesse tudo acabado. Que talvez valesse a pena tentar de novo. Por isso, acabámos por voltar, mas durante muito pouco tempo porque continuava tudo frio e distante e chegámos rapidamente à conclusão que funcionávamos melhor como amigos e que não valia mesmo a pena.

Só que agora foi a minha festa de aniversário e desde aí que não consigo parar de pensar nela. Quando a convidei não senti nada, quando a vi lá não senti nada, quando falei com ela não senti nada. Mas quando o meu pai se descaiu e revelou que eu tinha estado com a Morgana, vi que a Zoey ficou ligeiramente incomodada, embora tenha tentado disfarçar. E isso sim, fez-me sentir alguma coisa. Não sei bem o quê, mas fez, e de forma diferente da última vez que isto aconteceu. Não acho que a amo ou algo assim, mas acho que o que fazia falta no meu caso com a Zoey era paixão. Era agitação, eram ciúmes, era jogo. Não havia nada disso, não havia interesse nenhum, nem da minha parte, nem da dela. Mas agora vi-a incomodada ao saber que eu tinha estado com outra rapariga, ainda que eu tenha deixado claro que não significou nada para mim, e isso mexeu comigo de alguma forma.
Já pensei que, se calhar, se voltar a tentar fazer-lhe ciúmes, ela de alguma forma reaja. Não sei, talvez! Isto sou eu a pensar com os meus botões. Mas ninguém me tira da cabeça que aquilo lhe fez comichão. Tenho que averiguar melhor isto.

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